Ficar velhinha

Fico tentando encontrar o lado bom de envelhecer. Sei que devem existir coisas positivas e memoráveis nisso, mas geralmente ligo o acúmulo de anos às rugas e a flacidez. Já sei… Este comentário vai repercutir como extremamente vaidoso e mesquinho. Eu entendo! Também pensaria assim se lesse de outra pessoa. Só que vindo de mim, posso garantir que existe um pouquinho além da preocupação com a aparência.

Sem mencionar os problemas inevitáveis com a lei da gravidade atuando diretamente no nosso corpo, existe a questão da saúde também. Morro de medo de ficar doente. Odeio médicos e o cheiro típico dos consultórios e hospitais. Tudo parece carregado de energias ruins. Sei lá… Isso também é uma parte responsável pelo meu medo de envelhecer.

Tenho a consciência de que nada adianta querer fugir de tudo isso. Não dá para correr do tempo e tão pouco se esconder. Cedo ou tarde todos ficarão velhos e não existe solução para isso. Mesmo que inventassem um remédio capaz de nos manter vivos por mais anos, o tempo não iria parar de passar e continuaríamos envelhecendo, nos tornando anciões diante dos adolescentes.

Possivelmente, daqui alguns anos serei chamada de “tia”, mais tarde de “coroa” e logo mais de “velhinha”. Sei que no começo não vai ser fácil suportar isso e vou ter que me controlar para não responder com raiva. Mas, no fundo, penso que não há motivos para se estressar com isso. Afinal, os “novinhos” do pedaço também irão envelhecer e seus netos ou bisnetos se encarregarão de responder na mesma moeda.

Além disso, penso que o lado bom de ficar velhinha é a experiência e as lembranças acumuladas ao longo dos anos. Teoricamente, quanto mais aprendizados colecionamos em uma vida, menos erros cometemos. Vai ser bom me tornar uma pessoa de fato madura. Ao menos, os textos deste blog se tornarão mais profundos. E, meus leitores agradecerão!

(Música do dia: Scout – Day before yesterday)