Palavras da alma

Como criar um poema - Passo a passo, dicas, exemplos, poema x poesia

Gosto de como me sinto quando escrevo, leve, serena, plena, quem sabe até poética (?). É como se minha alma conquistasse voz e pudesse expressar em palavras tudo o que de mais profundo vive, quase que secretamente, dentro do meu ser.

As palavras simplesmente saem e criam frases inteligíveis que podem ou não fazer sentido para quem as lê. A verdade é que quando escrevo não tenho nenhum propósito, não quero ganhar dinheiro com elas, não preciso medir o tráfego ou calcular o orçamento. Eu simplesmente posso ser quem eu sou sem medo de que me julguem, corrijam ou peçam mensurações.

Quando escrevo não preciso ser politicamente correta, não preciso escolher entre os pronomes “ele”, “ela” ou “elu”. Posso apenas escrever sem ter que fazer duas coisas ao mesmo tempo, sem me preocupar em ter que convencer alguém ou sequer fazer sentido…. Porque pra mim sempre faz todo o sentido do mundo. E, acima de tudo, porque as palavras que vem da alma me ajudam a entender quem de verdade eu sou.

(Corinne Bailey Rae – Like A Star)

Manhã de domingo

Entenda os motivos para apostar na viagem de carro

Gosto de observar a calmaria de uma manhã de domingo. Levanto cedo, me sirvo de uma xícara de café preto e me sento em frente as janelas da sacada com o único propósito de deixar meus pensamentos livres para seguirem pelos caminhos que tiverem vontade.

Quase não passam carros às 6h da manhã. Os poucos que notam parecem andar mais devagar. Na minha cabeça costumo imaginar que os passageiros estão com as janelas abertas sentindo o vento no rosto e imaginando o quanto será bom o passeio de domingo. Talvez até esteja tocando no rádio a música “Sunday Morning”, do Marron 5…

Numa manhã de domingo vejo pouquíssimas pessoas fazendo caminhadas pelas ruas. Mas, as que encontro, aqui de longe, parecem estar serenas, despreocupadas com os problemas da vida cotidiana. A caminhada soa tão leve e descompromissada que tenho vontade de calçar meu par de tênis e acompanhá-las pela jornada.

Pode parecer loucura, mas até as árvores balançam seus galhos e folhas de um jeito mais suave, quase poético. Minha imaginação (ou devaneio) me leva a cogitar a ideia de que as árvores tem um papel crucial na calmaria de uma manhã de domingo. Me pergunto, inclusive, se não são elas que, com o seu balançar, determinam o ritmo de nossas vidas? Ou será que nós é que observamos no movimento das árvores um reflexo do nosso próprio ritmo?

Independente de tudo isso, uma manhã de domingo traz um pouco de paz e renovação para uma nova semana que logo estará por chegar com todos os seus desafios. Mas, sem dúvida alguma, tudo é questão de percepção.

(Maroon 5 – Sunday Morning)

Como uma formiguinha

Dipil | Blog

Você já se sentiu como uma formiguinha, uma daquelas bem pequenas que andam despercebidas por aí? Já teve a sensação de que você consegue caminhar pelo mundo inteiro sem que ninguém consiga notar sua humilde presença?

Às vezes me sinto assim, meio insignificante para o mundo. Não preciso que as pessoas me notem o tempo inteiro. Não mais. Mas, de vez em quando, precisamos concordar que é bom ter pequenos olhares em nossa direção.

Saber que existe alguém no mundo que repara em nossos atos, seja lá quais forem, dá uma certa motivação para continuar passeando por aí entre as mais de sete bilhões de pessoas que habitam nosso “universo” chamado Terra.

Suponho que seria ainda mais significativo saber que alguém nota a gente há tempos e por razões inimagináveis como, por exemplo, pela forma como enxergarmos o mundo ou pelo simples encanto com pequenas expressões que temos quando acreditamos que ninguém está olhando.

Sim, tenho certeza que seria estimulante ser uma formiguinha que carrega suas pequenas migalhas nas costas dia após dia, e que sabe que pode contar com o olhar longínquo, mas cuidador de alguém que realmente se importa com essas pequenas coisas que fazem tudo ser muito melhor.

(Kari Kimmel – Remember)

Apenas um pause

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Me surpreende que existem pessoas que conseguem fazer o tempo parar. Elas simplesmente aparecem em nossas vidas mudando o sentido de tudo, proporcionando um novo colorido para o que sempre foi preto e branco. Se você já teve o privilégio de conhecer alguém assim sabe que tudo ganha um ar diferente, soa até meio mágico.

Porém, inevitavelmente pessoas assim se extinguem das nossas vidas. Por razões lógicas e também por outros motivos que fogem do nosso controle (ou desejo), elas vão embora para colorir outras vidas que também precisam de um brilho extra nos seus dias.

É claro que a ausência de todo esse colorido nos deixa perturbados, meio perdidos, afinal como dizer para o coração que você não pode mais sentir o que sentia antes? Eu sei que é difícil, mas também aprendi que o tempo consegue aos poucos fazer você esquecer que o mundo pode ser colorido. Sempre é possível seguir em frente e acabar se acostumando com a nova realidade, mesmo que lá no fundo você ainda sinta um lampejo de alegria só de lembrar de como as coisas eram em tempos que ficaram no passado.

Mas, e  se o destino resolvesse pegar uma peça e colocasse novamente todas as cores no seu caminho? E se por acaso, quando você menos esperasse, vocês se reencontrassem e tudo voltasse a ser como antes meio como se anos atrás não tivesse sido o fim, mas apenas um pause?

Será que é possível pausar o amor? Apertar um botão imaginário e continuar a história tempos depois quando as feridas antigas já estiverem cicatrizadas e você já tiver amadurecido o suficiente para entender que merece enxergar um mundo mais colorido? E mais importante do que isso, será que você seria capaz de se permitir ver essas novas cores sem ter medo de ser cegar com as saturações de um mundo que pode ser incrível, mas também desconhecido e amedrontador?

Olhar para o lado não é uma opção

Não costumo olhar para o lado. Não que eu não queira, eu quero! Mas, não consigo.

Eu sei, essa minha primeira frase tem certo ar de egocentrismo, achismo ou qualquer outro “ismo”. Mas, garanto não se trata disso. Na verdade, é o contrário. É insegurança e medo de olhar pro lado e perceber de que não estou sendo notada ou de me sentir apenas mais uma pessoa nesse mundo.

Algumas pessoas precisam e gostam de ostracismo. Não condeno isso, só que eu sou diferente. Eu preciso de atenção.

Me pergunto o que aconteceria se eu tivesse coragem de desviar ligeiramente o olhar, apenas alguns segundos, para saber o que aconteceria. Será que eu veria caras de espanto como se as pessoas vissem em mim uma aberração? Será que ninguém se daria o trabalho de olhar na minha direção?  Não sei, e essa incerteza me faz continuar a olhar pra frente, fingindo que pouco me importo com os olhares alheios ou não.

Prefiro olhar para o lado quando tenho absoluta certeza de que ninguém está me notando, ou quando sei que a outra pessoa está distraída com seus próprios pensamentos e afazeres. Desta forma, garanto que meus olhos não se encontrem com os de um estranho, e eu não possa criar – na minha imaginação maluca e conturbada demais – conspirações contra mim mesma.  Olhar para o lado não é uma opção.

(Paramore – The only exception)

E se…?

Quais são os tons da cor rosa? - Estudo Prático

Você já parou para pensar que a vida que você tem hoje é resultado de uma equação que, mesmo que você não queira, leva em consideração não apenas as escolhas que você fez, mas também aquelas opções que você tinha em uma determinada época, mas que foram jogadas de lado por “N” razões indiscutíveis agora?

Sim, as suas opções não escolhidas também ajudam a moldar o seu destino, se refletem no seu presente, e mais do que isso, representam muito de quem você é hoje. Quando penso isso, particularmente falando, me dá um certo frio na barriga. E se eu tivesse escolhido outro caminho? Falado outras palavras? Dito “Vamos conversar” ao invés de “Adeus”?

Não sei quem eu seria hoje se não fossem minhas possibilidades e minhas escolhas. Talvez alguém mais corajosa, mais realizada ou feliz? Quem sabe o contrário, talvez tivesse me tornado uma pessoa com ainda mais medos, infeliz e estaria agora apenas vagando por aí sem um destino certo.

Não gosto da ideia de voltar atrás. Não que eu tenha medo de admitir meus incontáveis erros. Não é nada disso. Apenas não considero relevante querer alterar um passado que é cientificamente incapaz de ser modificado (até o momento). A vida é apenas uma, a de agora, esta que vislumbro no presente. E, por mais que ache interessante a ideia de parar alguns instantes para pensar no “E se eu tivesse feito aquilo…”, mesmo que fosse possível, não quero mudar minhas escolhas que podem ter sido inconvenientes e até excessivamente equívocas, mas me conduziram a construir o ser irreverente que hoje eu sou.

(Ouvindo: Sara Bareilles – Breathe Again)