Olhar para o lado não é uma opção

Não costumo olhar para o lado. Não que eu não queira, eu quero! Mas, não consigo.

Eu sei, essa minha primeira frase tem certo ar de egocentrismo, achismo ou qualquer outro “ismo”. Mas, garanto não se trata disso. Na verdade, é o contrário. É insegurança e medo de olhar pro lado e perceber de que não estou sendo notada ou de me sentir apenas mais uma pessoa nesse mundo.

Algumas pessoas precisam e gostam de ostracismo. Não condeno isso, só que eu sou diferente. Eu preciso de atenção.

Me pergunto o que aconteceria se eu tivesse coragem de desviar ligeiramente o olhar, apenas alguns segundos, para saber o que aconteceria. Será que eu veria caras de espanto como se as pessoas vissem em mim uma aberração? Será que ninguém se daria o trabalho de olhar na minha direção?  Não sei, e essa incerteza me faz continuar a olhar pra frente, fingindo que pouco me importo com os olhares alheios ou não.

Prefiro olhar para o lado quando tenho absoluta certeza de que ninguém está me notando, ou quando sei que a outra pessoa está distraída com seus próprios pensamentos e afazeres. Desta forma, garanto que meus olhos não se encontrem com os de um estranho, e eu não possa criar – na minha imaginação maluca e conturbada demais – conspirações contra mim mesma.  Olhar para o lado não é uma opção.

(Paramore – The only exception)

Deixe um comentário