Amor e ódio

Lembrei recentemente do quanto eu odeio aquela frase que caiu no uso popular que diz que o amor e o ódio andam juntos. Realmente, odeio! Quem a inventou não deveria ter noção das consequências catastróficas que tais palavras poderiam provocar em vidas alheias por tantas e tantas gerações.

Também discordo prontamente de que tal afirmação se trate de uma verdade incontestável. O ódio e o amor não podem andar juntos porque são o oposto um do outro. Dentro da gramática da língua portuguesa seriam como os antônimos que por natureza são divergentes entre si.

O amor é calmo, tranquilo, pacífico e não aceita nada contrário ao bem. Enquanto o ódio, dentro do lado lhe compete, é maquiavélico, não tem piedade de conquistar os seus objetivos na constante busca por abater o motivo, ou talvez o ser, que despertou a sua revolta.

Não, o amor e o ódio não andam juntos. Eles não se atraem, não combinam, não dependem um do outro. São apenas sentimentos contraditórios que podem habitar um mesmo corpo em um mesmo momento, mas isso não significa que sejam parecidos, ou que se torne digna a odiada (e aqui o ódio está sozinho) frase “O amor e o ódio andam juntos”.

(Keyshia Cole – Love)