O nascer do sol

Indo de madrugada para o litoral neste último fim de ano, fiquei olhando pela janela uma das paisagens mais bonitas que meus míopes olhos já enxergaram. Vi o nascer do sol por de trás das colinas. Avistei os raios dourados crescendo, subindo no horizonte e invadindo o mundo com toda aquela luminosidade que considerei absolutamente mágica.  Foi um momento único, fato!

Admirando toda aquela beleza ao som da minha música preferida da Paula Fernandes, Jeito do mato, fiquei pensando em como a vida é bonita e como possui um equilíbrio absoluto. Logicamente, são poucas as vezes que percebemos tal fato. Apesar das verdades estarem sempre escancaradas a nossa frente, observo que nós seres humanos temos uma forte dificuldade de entender o óbvio. Buscamos respostas complexas para questões simples que não vão além do “sim” e do “não”. E, ainda por cima sempre confundimos tudo.

Eu, por exemplo, quando olhava de dentro do carro em movimento o horizonte não buscava encontrar uma paisagem de fazer cair o queixo. Eu procurava respostas para os meus pensamentos, para os meus sonhos, e para as minhas mais pessoais e escondidas dúvidas. Mas, de uma forma meio filosófica, e tanto quanto incompreensível, avistei o nascer do sol, e tudo o que eu queria saber simplesmente se desfez com o entorpecer dos raios. Minhas dúvidas se dissiparam naquele instante, e todo lampejo de dúvidas do meu cérebro maluco, se desfez e deixou apenas espaço para alguns minutos de paz e admiração. Percebi que definitivamente preciso fazer mais isso… Questionar menos, e observar mais.

(Paula Fernandes – Jeito do mato)