Assim como um vinho?

Dizem que mulher é como o vinho, à medida que vai envelhecendo consegue melhorar as suas características e, consequentemente, o próprio valor. Mas, nesta manhã de pessimismo absoluto, não tenho tanta certeza disto.

Não conheço nada sobre a ciência da enologia e minha única exigência quanto a vinhos é que sejam doces e suaves (isso quando raramente os consumo). Porém, após aceitar meu amadorismo no assunto, mantenho me questionando se, assim como os vinhos, eu realmente estou amadurecendo para chegar a minha “melhor forma” ou se, de repente, por alguma razão contraditória, o efeito inverso está acontecendo com o meu sabor.

Parece que com o passar dos anos ao invés de eu me tornar uma pessoa mais interessante,  como os próprios vinhos, me transformei em alguém mais retraído, menos sem graça. Dentro da minha pessoal “metamorfose ambulante”, como já me apossei da expressão em um post anterior, deixei de gostar de “bagunças”, de lugares cheios e até mesmo do convívio com algumas pessoas.

Não sei se este efeito de certa amargura ou seriedade também seja algo particular aos vinhos. Mas, o fato é que eu estou mudando, e quando olho para trás quase não me reconheço como sendo a mesma pessoa. Não tenho o mesmo sabor, minha cor se transformou de um rosa límpido e claro para um conservador pink, ainda que chamativo, mais sério e com uma certa sobriedade do tempo. E não consigo deixar de me perguntar se os vinhos também sofrem esta metamorfose e, mais importante do que isto, se todas estas mudanças são realmente positivas e se vão mesmo melhorar o sabor de quem eu sou!?

(Música: The Civil Wars – Poison & wine)

Novo visual!

Não são necessárias as Palavras de Marceli no seu sentido literal para se perceber o novo visual do blog, não é? Também acho que é completamente dispensável falar que eu A-DO-REI. Autoelogios a parte, fiquei muito feliz mesmo com a cara nova da página.

Já tem um tempo que pensava em mudar o template, acrescentar alguma coisa mais com a minha “cara”, porém a falta de paciência para mexer com toda essa tecnologia (meio confusa para minha cabeça loira por sinal) me fez ir deixando para amanhã e o tal do amanhã nunca chegava. Felizmente, hoje acordei com vontade de usar meus dotes “nerds” e eis o resultado!

Devo dizer que vez ou outra me vem esse sentimento de jogar tudo para o alto e mudar. Ás vezes extravaso fazendo mechas no cabelo, cortando franjinha, trocando o estilo de roupa de perua para menos ou mais perua e coisas assim. Dessa vez acabei por focar na internet mesmo.

Espero que vocês tenham gostado!

(Música do dia: Jota Quest – Palavras de um futuro bom)

Posturas

Acho muito engraçado (e, até mesmo, consolador) como uma simples mudança de postura pode transformar toda a nossa vida ou, na pior das hipóteses, apenas um dia inteiro.

Já notaram que quando estamos cabisbaixos, meio tristes, preocupados ou com raiva tudo parece ir ainda mais contra o que desejamos? Eu venho reparando isso. Quando estou assim, simplesmente não adianta querer fazer nada. Nunca dá certo! Coisas pequenas que nunca sequer sonhei que poderia acontecer, acontecem. E sabe de uma coisa? Desconfio que aconteçam justamente para ir contra o que eu quero. Chega a ser engraçado.

O lado bom disso é que existe a parte positiva, ao menos comigo. Quando renovo meu humor, penso coisas melhores, adoto minha real personalidade de uma pessoa alegre e espontânea, as coisas melhoram. E como, viu? Parece que o universo inteiro se contagia com meu bom humor e sorri, novamente, para mim. É maravilhoso.

Tudo isso me faz pensar que, quem sabe, as coisas boas das nossas vidas estão escondidas dentro de nós mesmos. A felicidade, a alegria, a realização dos sonhos e tudo o de mais encantador que podemos desejar, está dentro de nós mesmos. Não depende de outras pessoas, de oportunidades ou disso e aquilo. Apenas da nossa atenção para observar que uma pequena mudança de postura pode fazer toda a diferença.

Expressar é a questão

O ser humano é composto por emoções: felicidade, tristeza, raiva, angústia, determinação, otimismo. Cada uma destas palavras, na vida cotidiana, é expressa das mais diversas formas e variam de pessoa para pessoa. Tudo depende da maneira com a qual cada um processa o sentimento e este é traduzido, milésimos de segundos depois, em atitudes.

Existem aqueles que são transparentes ao extremo. Sentem e, no mesmo instante, expressam em gestos, ações e palavras. Quando estão com raiva, estão realmente com raiva.Descabelam-se, brigam e gritam; Quando sentem medo, se encolhem em um cantinho seguro e permanecem  ali até que a sensação vá embora; Quando amam… Ah, é maravilho quando amam! Fazem poesias, falam “eu te amo” a cada hora, escrevem na folha de papel o nome da pessoa amada dentro de corações. Admiro estas pessoas.

Por outro lado, a Terra não teria a menor graça se não existissem as diferenças, não é mesmo? Então, como não poderia deixar de ser, existe o oposto do transparente, aquele que nem sempre demonstra o que sente. Par a estes, os sentimentos que brotam no coração, especialmente os bons, permanecem lá dentro, guardadinhos de forma aconchegante.

Este silêncio é encarado, muitas vezes, como indiferença, dureza e tudo mais. Eu realmente não enxergo as coisas desta forma. O que eu percebo é que estas pessoas que não falam ou gritam ao mundo o que se passa dentro de si podem ser até mais sensíveis do que aquelas que expressam inquestionavelmente. O fato de não falar não implica em não sentir. É apenas a postura de uma pessoa que pode ter escolhido ser assim por preferência, hábito, medo ou por não se sentir confortável ao expressar.

Cada um age de acordo com as suas razões e não cabe a ninguém questionar ou negar este direito. Porém, friso que considero importante expressar o que se sente. Sei que para uns é difícil, principalmente no começo. Uma mudança de postura nunca é algo simples. Mas, é uma coisa que faz a diferença na nossa própria vida e na daquelas que se envolvem a nós. Uma palavra de carinho ou um grito de raiva nos legitimam como seres humanos que pensam, sentem e agem. Nada mais natural do que dar razão a este instinto.

Além disso, existem sentimentos que, em minha opinião, devem ser expressos no exato momento em que sentimos dentro de nós. Nem sempre teremos tempo para dizê-los depois. A vida é curta e não se podem desperdiçar os valorosos momentos que temos, especialmente com aqueles que amamos.