Eu poderia…

Hoje fiquei pensando nas coisas que eu poderia ter feito, mas inevitavelmente ou nem tanto, não fiz. Por exemplo, eu poderia ter sido dançarina ou, quem sabe psicóloga se tivesse resistido a minha pequena queda por Jornalismo. Também poderia ter ido para Lua, se em algum momento da minha vida, mesmo que por lampejos de segundos, sonhasse em ser astronauta. Poderia ter sido famosa e conhecido os Hanson se a minha música criada ainda na pré-adolescência tivesse feito sucesso. Mas, o fato é: Nada disso aconteceu.

Eu poderia ter sido várias coisas, exercido várias carreiras, ter conquistado sonhos que nunca tive e ser ainda a Marceli. Certamente, não a Marceli que sou hoje, mas, sem dúvida alguma, alguém que ainda se chamaria Marceli apesar das escolhas inusitadas que me definiriam perante o mundo.

Eu poderia ter vivido, e ainda estar vivendo, uma vida completamente diferente da que tenho hoje. Poderia morar em outra cidade, ter pintado o cabelo de ruivo e ser adepta das odiáveis rasteirinhas. Poderia ser uma pessoa menos chata, de fácil convivência, simpática e nada orgulhosa. Mas, o problema é que eu não sou! E na verdade, isso sequer é um problema porque todas as escolhas feitas diante da minha vida, e todo o caminho que tracei ao longo dos anos me fizeram conquistar o meu respectivo presente e não me arrependo disto.

Sou feliz com todas as minhas decisões apesar de que, como todo ser humano que habita a face terrestre, também tenho arrependimentos. Ainda acho que deveria ter me dedicado mais música, e que realmente não deveria NUNCA ter colecionado tantos pôsteres dos irmãos “Mmm Bop”. Mas, fazer o quê? Estas são as escolhas que definem a Marceli de hoje. Uma Marceli que não costuma reservar espaços para frases que comecem com “Eu poderia”, mas que, ainda assim, pensa de vez em quando no assunto.

(Avril Lavigne – Wish you were here)

Eis um impasse

Existem momentos na vida que a gente se vê diante de uma escolha que define onde vamos chegar. Se optarmos por uma, vamos para um lado. Se escolhermos a outra, seguimos rumo a uma direção oposta, diferente, inusitada. E, o que fazer diante deste impasse?

Provavelmente você responderia: “Ora, escolha!”. Mas, infelizmente, não é tão simples. Mesmo sabendo exatamente o que se quer, fica difícil optar por dois caminhos porque se escolhermos a opção que nos direciona ao encontro dos nossos objetivos, realizaríamos um sonho, admito. Mas, isto também implica em abrir mão do que te admira e te prende a outra opção. E, então a pergunta “O que fazer nestas horas?” não para de ecoar na mente.

As escolhas fazem parte da vida, uma parte bastante abrangente e significativa por sinal. Diante de tanta convivência já deveríamos ter nos acostumado com estes impasses. Porém, existem dúvidas com relação a opções de caminho que são diferentes por envolverem tudo aquilo que é relevante ao extremo para as nossas vidas. São escolhas que vão definir quem somos, para onde estamos indo e onde vamos chegar.

Gostaria que existisse algum tipo de oráculo cem por cento confiável nestas ocasiões. Bastaria consultá-lo e “taram!” impasse resolvido! Mas, enquanto este desejo não se passa de utopia, só nos resta pensar e colocar os prós e contras em uma balança. Ver o que é mais importante: Conquistar os seus objetivos ou caminhar pelos caminhos que te dão mais prazer, mas a priori não realizam sonhos? Eis a questão!

(Música: Boyce Avenue – Change your mind)

O tempo

Acho engraçado como o ser humano, e aqui me incluo muito mais que perfeitamente, reclama da falta de tempo. Nunca temos tempo para isto ou aquilo e sempre deixamos claros os nossos lamentos. Bom, até aí tudo bem. Acho que reclamar de tudo já é meio que uma característica intrínseca da nossa espécie. Nunca estamos satisfeitos, sempre reclamamos e, vez ou outra, adotamos posturas firmes para mudar tudo isso.

O irônico é que quanto mais tempo disponível temos, menos coisas fazemos. Experimente passar um dia em casa, sem as obrigações diárias. Verá que tudo aquilo que dizia que gostaria de fazer em um dia livre, dificilmente será feito. Provavelmente, será substituído por horas em frente à TV ou computador ou até mesmo dormindo.

Não estou aqui condenando quem faz isso. Quem sou eu para julgar? Na verdade, quando digo isso tudo estou respaldada em meus próprios comportamentos. Pensando exatamente no meu próprio desperdício de tempo.

Não acredito naquela frase que diz que a vida é muito curta para que percamos tanto tempo. Até mesmo porque acredito que a vida seja infinita dentro de proporções maiores do que as que somos capazes de compreender. Mas, concordo que cada segundo dos nossos dias é importante e merece ser vivido corretamente dentro daquilo que pensamos ser certo e proveitoso.

Se isto pode ser considerado perda de tempo? Talvez sim. Porém, cada um sabe o que é melhor para si e deve agir em função do tempo, usando-o a seu próprio favor ou indo contra ele. A escolha é unicamente nossa…

(Música do dia: Faith No More – Everythings ruined)

Equilíbrio

Tudo me parece ter uma medida certa, nem mais nem menos, para dar certo e chegar a um resultado positivo e satisfatório.

Percebo isso a partir da observação das pequenas coisas da vida, como, por exemplo, a alimentação do ser humano. Se em um determinado dia exageramos na comida, abocanhamos tudo o que aparece na frente, nosso corpo sentirá e responderá com uma dor no estômago inimaginável. Isso na melhor das hipóteses. Ao contrário, se nos alimentamos pouco, por uma questão de respeitar um severo regime talvez, nosso organismo também não ficará satisfeito e, igualmente, enviará um sinal. Possivelmente, um desmaio repentino.

Além disso, também podemos observar outras medidas. O amor em excesso se torna apego, ao passo que amar de forma contida pode ser encarado como medo; Ciúme demais é algo possessivo e sufocante, ciúme de menos parece como indiferença; Uma paz exagerada na vida é vista como monotonia, já pouca paz torna-se insuportável e agonizante. E assim sucessivamente.

Estes são apenas alguns das centenas de exemplos que poderiam ser citados. Apenas uma forma de tornar compreensível a importância do equilíbrio nos diversos âmbitos da vida.

Temos a opção e a liberdade para escolher todas as medidas de tudo o que sucede em nossos dias. Podemos optar pelo abuso, moderação ou, pela escolha mais sábia: a quantidade exata. Para isto, basta racionalizarmos as nossas ações para nos tornarmos capazes de selecionar as medidas corretas para tudo o que nos cerca.

A medida certa do amor, da raiva, do desespero, do trabalho, do medo, do ciúme, entre todas as outras, são apenas uma questão de bom senso e, acima disso, de equilíbrio.