Clichês verdadeiros

Há alguns anos lembro-me que não fazia a menor ideia do que significava a palavra “clichê”. Na verdade, vergonhosamente por algum tempo eu acreditei que deveria ser alguma derivação de chicletes ou algo dentro do gênero. Mas, passando a ignorância da infância, descobri que se trata de uma palavra que eu, de fato, gosto apesar de se remeter a frases comuns e a ditos corriqueiros. Inclusive, acho que gosto tanto justamente por ser simples e funcional, por nunca dar rodeios e até mesmo por às vezes ser absurdamente redundante, porém, sempre compreensível.

Um destes clichês que mais gosto fala sobre a autoestima. É aquele conhecido por “Você precisa gostar de si mesmo, se quer que alguém de você”. Conhece, não é? Eu, pessoalmente, acredito mesmo neste pensamento. Penso que as pessoas bonitas são bonitas porque se sentem assim e, a partir dai, aderem uma postura comum a pessoas bonitas. Uma pose de segurança, de determinação, de risos e sorrisos, de estar bem com a vida. O que é totalmente contrário a uma pessoa que não se sente bem consigo mesma. Esta simplesmente curva os ombros, abaixa a cabeça, evita cruzar olhares e dos seus lábios saem apenas sorrisos tímidos e escassos. Esta pessoa pode nem ser feia, mas o simples fato de se sentir assim, deslocada, é capaz de mudar toda a imagem que os outros e ela mesma fazem de si própria.

É engraçado isso porque, sinceramente, eu acho que todo mundo é bonito. Uns tem certos pontos fortes, outros tem graças diferentes, mas todos são bonitos. A maioria não sabe disso, anda por ai se achando um trapo e opta por não acreditar no que o próprio espelho diz. Mas, também, não dá para atirar pedras, tudo é uma questão humor e percepção.

Confesso que eu mesma em alguns dias acordo me sentindo um lixo, parece que tudo está em desalinho e não há bases, blush, chapinhas e plásticas o suficiente para corrigir todas as minhas imperfeições. Mas, quando surge este tsunami de insegurança, eu opto por caprichar mais no visual. Fazer as unhas, um banho de creme, passar perfume e ir para rua.

Se quer um conselho, passar em frente a uma obra ou em ruas com movimento frenético de caminhoneiros solitários sempre ajuda. Experimente!

(Shontelle – Impossible)